Iniciativa da OMA ativos ambientais promove economia circular e une empresas para reduzir desperdício do material em três estados brasileiros, com resultados expressivos
Um projeto pioneiro se propõe a transformar a cadeia de reciclagem de plástico em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pernambuco.
Batizado de “Agentes de Mudança” e encabeçado pela OMA Ativos Ambientais em parceria com a Valgroup e a Fênix Reciclagem, seu objetivo é reduzir expressivamente o desperdício deste material por meio da valorização dos agentes envolvidos na cadeia, especialmente os catadores.
Estes trabalhadores são essenciais para a coleta, separação e destino correto dos resíduos sólidos, mas costumam viver e atuar em condições precárias.
Pensando nisso, a iniciativa utiliza uma metodologia internacional da certificadora Verra para transformar a coleta e reciclagem em créditos ambientais. Cada um equivale a uma tonelada de resíduos coletados ou reciclados, gerando valor financeiro que pode ser reinvestido na própria cadeia produtiva.
Os recursos obtidos com os créditos são direcionados para melhorias na infraestrutura das instalações, disponibilidade de equipamentos de trabalho e segurança, além da qualificação destes profissionais.
Juliana Rolla, fundadora e CEO da OMA Ativos Ambientais, destacou que a reinserção dos resíduos na cadeia produtiva e a inclusão e valorização de grupos vulneráveis promove o desenvolvimento sustentável.
Com meta de se estender até 2036, o programa também prevê a implementação de uma linha de lavagem para viabilizar a reciclagem do material contaminado e o aprimoramento dos controles de qualidade da resina reciclada.
Resultados expressivos
O projeto contabilizou a geração de 84 mil créditos de plástico obtidos a partir da reciclagem e outros 17 mil créditos de plástico provenientes da coleta, totalizando mais de 100 mil toneladas de plástico efetivamente retiradas do meio ambiente.
Para a Fênix Reciclagem, uma das parceiras, a iniciativa representa uma oportunidade de investimento direto na cadeia produtiva.
“A venda dos créditos gerados nos permite investir diretamente na melhoria das condições de trabalho dos catadores e recicladores”, destacou Marlon Pinheiro, fundador da empresa.
Segundo o executivo, desta forma é possível oferecer treinamentos, equipamentos de proteção individual e melhorar a infraestrutura dos nossos fornecedores, garantindo mais segurança e eficiência.
Certificação internacional
Um dos diferenciais está na certificação da Verra, a maior certificadora do mercado voluntário de plásticos e que segue um rigoroso processo e normas para garantir credibilidade.
Assim como no mercado de carbono, os créditos funcionam como uma ferramenta de compensação ambiental que evita, reduz e mitiga impactos ambientais. Neste caso, ainda promovem impacto social. Para as empresas envolvidas, também representa uma forma de demonstrar compromisso com práticas sustentáveis — e de forma rentável.


