Sacolas: papel, plástico ou algodão?

O que é melhor para o meio ambiente: Sacola de papel, plástico ou algodão? Qual delas é menos prejudicial ao meio ambiente? Pesquisas mostram números importantes sobre esses materiais.

Atualmente vemos muitas empresas trocando o tipo da sacola para entrega das mercadorias. Mas será mesmo que isso contribui para o meio ambiente ou é apenas uma ilusão? Vamos fazer alguns levantamentos e constatações nesse artigo, segue conosco. Para responder essas dúvidas precisamos basear em quatro constatações:

1 –  Quanta energia é gasta para produzir a sacola?

2 –  Ela pode ser reutilizada, qual é a durabilidade?

3 –  Há possibilidade de reciclagem?

4 –  Impactos ambientais e rapidez da decomposição se não for disposta corretamente?

1 – Gasto de Energia

Papel – Atualmente 98% da produção de papel no Brasil é fruto de reflorestamento (Eucaliptos e Pinus), mas mesmo assim o fato de ser reflorestado não diminui o impacto ambiental que este processo tem. Segundo um artigo da BBC Brasil, divulgado em janeiro de 2019, uma pesquisa na Irlanda do Norte revelou que era necessário quatro vezes mais energia para fabricar um saco de papel do que para um de plástico. Por serem mais pesados, o seu transporte era um exemplo de mais poluição. 

Plástico – Ao contrário da produção de papel, os sacos de plástico são produzidos (que o relatório diz serem produzidos) a partir do refugo de produtos de refino de petróleo. Gastando menos energia que os outros dois processos, para sua fabricação.

Algodão – Aparentemente a mais ecológica, mas possui o pior desempenho em sua produção devido à alta quantidade de energia usada para produzir e enriquecer o fio de algodão. Além disso existem muitos relatos que as bolsas de algodão criam problemas ambientais porque seu ciclo de vida envolve produtos que agridem a camada de ozônio.

2 – Quantidade de reutilização

Papel – Em 2006, a Environment Agency – órgão do governo britânico que trabalha em prol do ambiente – examinou uma variedade de sacos produzidos com diferentes materiais para saber quantas vezes eles precisariam ser reutilizados para ter melhor aproveitamento do que um saco de plástico descartável. A pesquisa mostrava que os sacos de papel precisam ser reutilizados três vezes, uma a menos do que os sacos de plástico mais resistentes. Sacos de papel não são tão duráveis quanto as sacolas de plástico reutilizáveis, sendo mais propensos a rasgar, especialmente se forem molhados, por isso a dificuldade de sobreviver a três viagens ao supermercado

Plástico – As sacolas de plástico duráveis, precisam ser usadas por quatro vezes, para chegar próximo do seu custo/benefício, mas percebemos claramente que também não é uma prática muito comum, pois não percebemos os consumidores retornando com sacolas plástica para comprarem os produtos.

Algodão – O artigo da BBC Brasil indica que os sacos de algodão, apesar de necessitarem de mais carbono na produção, “são os mais duráveis e têm uma vida muito mais longa”, embora exijam um maior número de reutilizações (131 a 150) para serem mais “amigos do ambiente”. É uma grande quantidade para se adequar, por isso dificilmente uma sacola dessa chega a esse número.

3 – Reciclagem

Papel – Possibilidade de reciclagem, podendo virar um novo saco de compras.

Plástico – Possibilidade de reciclagem, mas nunca mais vai poder fazer parte dessa etapa comercial, se entrar em contato com os alimentos.

Algodão – Não existe reciclagem para esse material, mas podem ser reutilizadas para algum outro fim.

4 – Impactos e decomposição

Papel – A grande vantagem do papel é que ele se decompõe muito mais rapidamente do que o plástico e, portanto, é menos provável que seja uma fonte de alto impacto e represente um risco para a vida selvagem. Mas por outro lado, o processo de produção do papel origina uma maior concentração de componentes químicos tóxicos, se comparado com os sacos plásticos descartáveis. Segundo um estudo da Earther e divulgada pelo HypeScience, em junho de 2018 indica que os sacos de papel produzem quatro vezes mais resíduos sólidos, 142% mais poluição do ar e 15% mais desperdício de água.

Plástico – E enquanto os sacos plásticos podem levar entre 400 e 1.000 anos para se decompor, entopem as galerias pluviais e interferem gravemente na vida marinha. Já a pesquisa do HypeScience mostra que a proibição do uso de sacos plásticos é vantajosa apenas em regiões próximas ao mar. Nas demais localidades, o melhor é usar os sacos plásticos e reutilizá-los o maior número de vezes, antes de os usar para o lixo doméstico. 

 Algodão – As sacolas feitas com algodão cru, podem se decompor de 3 a 12 meses, mas sempre depende do clima, do tempo, da forma de disposição e dos componentes que foram confeccionados a sacola. Apesar de usarem mais carbono em sua fabricação, são as mais duráveis e terão uma vida muito mais longa.

Considerações

Verificando todas essas variáveis, a chave para reduzir o impacto sobre a produção e utilização de todas as sacolas, não importando do que sejam feitas, é reutilizá-las o máximo possível. O que não pode mais acontecer é o esquecimento de levar suas sacolas reutilizáveis nas idas ao supermercado.

Isso sim, terá um impacto ambiental muito maior comparado com a escolha entre papel, plástico ou algodão, pois se os clientes tiverem que substituir suas sacolas com mais frequência, causarão um dano ambiental maior. A mudança de atitudes como estas podem alterar o curso em que estamos aparentemente presos, pois o planeta não tem escolha, as pessoas têm.

Lembrando para a disposição desses materiais, rastreabilidade e transparência de dados, você deve utilizar a plataforma meuResíduo, para assim colaborar com diminuição dos impactos ambientais.

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